Se ao longo da história o mercado de tecnologia foi ocupado por um nicho restrito e privilegiado, formado por homens brancos, é possível antecipar mudanças nos próximos anos. Embora as estatísticas sobre o setor ainda sejam poucas e falhas, sabe-se que o número de postos de trabalho em tecnologia no Brasil, por exemplo, vem aumentando. Somente em janeiro de 2023, o Macrossetor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) registrou cerca de 4,3 mil novos postos de trabalho, segundo levantamento da Brasscom. Em cinco anos, ainda de acordo com a associação, quase 800 mil novos postos devem ser criados. Também a automatização da vida e o salto da inteligência artificial apontam para o crescimento do setor.

Diante desse cenário, cabe questionar o que poderia levar o mercado a ampliar a contratação de mulheres negras. Alguns fatores, como a falta de mão de obra qualificada do setor e a relevância que a diversidade e a inclusão têm ganhado no mercado de trabalho, dão indícios de que o universo majoritariamente branco e masculino da tecnologia pode ser transformado no futuro. Seja para melhorar seus índices em relação às práticas ESG, seja pela necessidade de recrutar pessoas preparadas para ocupar postos de trabalho, as empresas vêm ampliando a diversidade em seus times. 

Para a PretaLab, o contexto atual reforça a importância de se ampliar a escala da iniciativa que, ao longo de seis anos de história, firmou-se no propósito de dar protagonismo às mulheres negras na tecnologia. Impactar mais e mais participantes é um ponto incontornável na construção do futuro das ações, que estão no campo da educação, das redes, da formação e, também, da articulação das mulheres negras.

A gestora de projetos da PretaLab, Aldren Flores destaca que, a partir da trajetória consistente, o projeto conquistou reconhecimento e prestígio na área da tecnologia. O desafio, portanto, está em outra frente: “Não precisamos ser uma comunidade mais respeitada, porque isso já somos, mas, sim, mais popular”. Essa popularização, lembra Aldren, está atrelada ao difícil acesso à tecnologia. “Boa parte da população brasileira não tem acesso a internet, e muita gente que precisa estar com a PretaLab ainda não sabe que a gente existe, justamente pela falta de acesso”, argumenta. 

Não só o aprendizado técnico está no centro das ações do passado, do presente e do futuro da PretaLab. O desenvolvimento socioemocional das participantes para o mercado de trabalho também foi e permanecerá fundamental nas ações do projeto. E, se um desejo é ampliar a escala e impactar mais mulheres, outro não menos importante é influenciar as políticas públicas no país, num momento em que questões de raça e gênero ganham relevância nos centros de decisão. 

Monica Santana, psicóloga do projeto, lembra a afirmação de Ailton Krenak, filósofo e líder indígena brasileiro: “O futuro é ancestral”. Ou ainda o conceito de sankofa, segundo o qual é preciso observar os aprendizados do passado para trilhar o futuro. “Não é possível andar para frente sem olhar para o que passou”, afirma Monica. “É preciso lembrar que milhares de mulheres negras trilharam um caminho até aqui para que a gente pudesse ter mulheres negras na tecnologia. É assim também na história da PretaLab”, completa a psicóloga, lembrando que cada mulher negra que se encorajou a participar do primeiro ciclo da iniciativa ajudou a criar o percurso agora trilhado por novas participantes.

Os ciclos formativos estão em constante movimento, ou seja, são aprimorados a cada nova edição, a partir da troca com as mulheres que os vivenciam. Um dos aprendizados do passado – e que se firmam como pilar para o futuro – é a centralidade do lugar de escuta da PretaLab, para entender as demandas que vêm da rede. Outro fundamento que segue norteando as ações é o aspecto fundamental do senso de pertencimento para o aprendizado. O espaço formado por mulheres negras, desde as alunas às formadoras, é primordial para criar um ambiente de acolhimento e segurança. 

As respostas das participantes ao Censo PretaLab confirmam que a valorização das mulheres negras, a partir da escuta, do encontro e da formação técnica, abre um caminho para que se vejam e acreditem na tecnologia como um percurso profissional possível. Muita coisa ainda precisa mudar para que o mercado seja de fato reconfigurado, desde a cultura das empresas até avanços sociais amplos, para, por exemplo, democratizar o acesso à internet e reduzir as desigualdades raciais na educação. A trajetória da PretaLab até aqui já é um exemplo de que, com esforços somados e a liderança de mulheres negras, estamos mais perto de transformar o futuro.

Se ao longo da história o mercado de tecnologia foi ocupado por um nicho restrito e privilegiado, formado por homens brancos, é possível antecipar mudanças nos próximos anos. Embora as estatísticas sobre o setor ainda sejam poucas e falhas, sabe-se que o número de postos de trabalho em tecnologia no Brasil, por exemplo, vem aumentando. Somente em janeiro de 2023, o Macrossetor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) registrou cerca de 4,3 mil novos postos de trabalho, segundo levantamento da Brasscom. Em cinco anos, ainda de acordo com a associação, quase 800 mil novos postos devem ser criados. Também a automatização da vida e o salto da inteligência artificial apontam para o crescimento do setor.

Diante desse cenário, cabe questionar o que poderia levar o mercado a ampliar a contratação de mulheres negras. Alguns fatores, como a falta de mão de obra qualificada do setor e a relevância que a diversidade e a inclusão têm ganhado no mercado de trabalho, dão indícios de que o universo majoritariamente branco e masculino da tecnologia pode ser transformado no futuro. Seja para melhorar seus índices em relação às práticas ESG, seja pela necessidade de recrutar pessoas preparadas para ocupar postos de trabalho, as empresas vêm ampliando a diversidade em seus times. 

Para a PretaLab, o contexto atual reforça a importância de se ampliar a escala da iniciativa que, ao longo de seis anos de história, firmou-se no propósito de dar protagonismo às mulheres negras na tecnologia. Impactar mais e mais participantes é um ponto incontornável na construção do futuro das ações, que estão no campo da educação, das redes, da formação e, também, da articulação das mulheres negras.

A gestora de projetos da PretaLab, Aldren Flores destaca que, a partir da trajetória consistente, o projeto conquistou reconhecimento e prestígio na área da tecnologia. O desafio, portanto, está em outra frente: “Não precisamos ser uma comunidade mais respeitada, porque isso já somos, mas, sim, mais popular”. Essa popularização, lembra Aldren, está atrelada ao difícil acesso à tecnologia. “Boa parte da população brasileira não tem acesso a internet, e muita gente que precisa estar com a PretaLab ainda não sabe que a gente existe, justamente pela falta de acesso”, argumenta. 

Não só o aprendizado técnico está no centro das ações do passado, do presente e do futuro da PretaLab. O desenvolvimento socioemocional das participantes para o mercado de trabalho também foi e permanecerá fundamental nas ações do projeto. E, se um desejo é ampliar a escala e impactar mais mulheres, outro não menos importante é influenciar as políticas públicas no país, num momento em que questões de raça e gênero ganham relevância nos centros de decisão. 

Monica Santana, psicóloga do projeto, lembra a afirmação de Ailton Krenak, filósofo e líder indígena brasileiro: “O futuro é ancestral”. Ou ainda o conceito de sankofa, segundo o qual é preciso observar os aprendizados do passado para trilhar o futuro. “Não é possível andar para frente sem olhar para o que passou”, afirma Monica. “É preciso lembrar que milhares de mulheres negras trilharam um caminho até aqui para que a gente pudesse ter mulheres negras na tecnologia. É assim também na história da PretaLab”, completa a psicóloga, lembrando que cada mulher negra que se encorajou a participar do primeiro ciclo da iniciativa ajudou a criar o percurso agora trilhado por novas participantes.

Os ciclos formativos estão em constante movimento, ou seja, são aprimorados a cada nova edição, a partir da troca com as mulheres que os vivenciam. Um dos aprendizados do passado – e que se firmam como pilar para o futuro – é a centralidade do lugar de escuta da PretaLab, para entender as demandas que vêm da rede. Outro fundamento que segue norteando as ações é o aspecto fundamental do senso de pertencimento para o aprendizado. O espaço formado por mulheres negras, desde as alunas às formadoras, é primordial para criar um ambiente de acolhimento e segurança. 

As respostas das participantes ao Censo PretaLab confirmam que a valorização das mulheres negras, a partir da escuta, do encontro e da formação técnica, abre um caminho para que se vejam e acreditem na tecnologia como um percurso profissional possível. Muita coisa ainda precisa mudar para que o mercado seja de fato reconfigurado, desde a cultura das empresas até avanços sociais amplos, para, por exemplo, democratizar o acesso à internet e reduzir as desigualdades raciais na educação. A trajetória da PretaLab até aqui já é um exemplo de que, com esforços somados e a liderança de mulheres negras, estamos mais perto de transformar o futuro.

Contato:

comunidade@olabi.org.br

Sobre o Olabi

A PretaLab é uma iniciativa do Olabi, organização social que trabalha para trazer diversidade para a tecnologia e inovação. Se quiser colaborar com alguma dessas frentes de ação, entre em contato conosco.

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